sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Empresas e empregados: Matar ou prender, qual a melhor sentença?

[Senhor entregando livro a mulher]
Ilustração Hare Lanz

Antes de tudo, esta é uma história real.

Há mais de 22 anos, um senhor simples e com pouco estudo – formado pela 4ª série do ensino fundamental em meados de 1970 -, e sua esposa e ótima cozinheira, decidem abrir um comércio.

No início, o negócio era extremamente simples, sendo uma pequena mercearia numa cidadezinha no interior de São Paulo. Nela haviam produtos da região norte e nordeste do Brasil à venda
Os proprietários compravam, vendiam, faziam seus contatos e tocavam suas próprias vidas. E assim, os dois empreendedores davam conta das coisas.

À medida que o tempo passava, a cidade crescia e se desenvolvia, enquanto o pequeno negócio acompanhava em grau menos elevado o sutil aumento de proporções da localidade, o que exigiu a presença extra de um contador.

Entre 2003 e 2014, o país presenciou um grande “crescimento” e os proprietários decidiram construir uma pequena cozinha no estabelecimento e passar a servir refeições. Em novembro de 2013, as vendas cresciam e a necessidade de contratação de uma ajudante de cozinha e um ajudante de vendas se tornara evidente.

Contrataram dois funcionários. Um adolescente, cursando o ensino médio e uma mulher como ajudante de cozinha. Os contratos seriam feitos com base na CLT e ambos tiveram todos seus “direitos trabalhistas” garantidos.

O casal de micro proprietários, que pouco entendia deste processo de contratação, achou que era um preço razoável a se pagar pelo novo funcionário que ajudaria na limpeza do estabelecimento, no caixa e no atendimento aos clientes. E também, pela funcionária que ajudaria a esposa-proprietária na cozinha do estabelecimento.

Para o rapaz foi uma maravilha. Apesar de sua inexperiência, conseguiu um trabalho que o remunerava razoavelmente bem e pôde pagar seu terceiro ano do ensino médio numa escola particular – e teve excelentes resultados.
Igualmente para a ajudante foi excelente, afinal, se encontrava fora dos índices de desemprego.

A partir daqui, o foco maior será no rapaz e na empresa.

O rapaz terminou o ensino médio, mas não conseguiu passar numa faculdade federal. Deduziu que a concorrência por vagas era muito grande e que não teve um resultado tão bom quanto os de seus concorrentes. Então, decidiu fazer mais um ano de cursinho e assim se sucedeu mais um ano até o fim deste período.
Para sua felicidade ele conseguiu conquistar sua vaga numa faculdade federal durante os vestibulares de meio de ano, mas houve um problema. A faculdade almejada se encontrava em Minas Gerais e o rapaz não tinha condições para se mudar e estudar em tempo integral – além do fato de que seus pais não poderiam arcar com estes custos.

Então, o rapaz continuou a trabalhar na mercearia enquanto arriscava uma vaga numa faculdade pública de mesma cidade. E assim que os resultados dos vestibulares de dezembro de 2014 foram liberados, sua vaga se mostrava garantida.

Tudo estava ótimo. Afinal, não precisaria se mudar e conquistara sua vaga numa instituição das proximidades, além de que, com o atual emprego, poderia custear os gastos de transporte junto com alguns amigos que iriam para o mesmo local – posteriormente, seu pai apresentou um carro e o disponibilizou para ir à faculdade. O preço da gasolina era rateado entre eles e assim o gasto seria ainda menor do que ir para a faculdade de ônibus. Bom para todos.

Neste momento, o rapaz está no início do 4° semestre (julho de 2016) e acredita que é a hora de trocar de emprego, iniciando sua carreira no ramo escolhido ao se colocar à procura de um estágio. Seu atual emprego não apresenta nenhuma possibilidade de mudança de cargo, aumento de salário ou atividades na área em que pretende atuar.

O DIVISOR DE ÁGUAS

Como dito anteriormente, a empresa viveu seus bons tempos até 2014.

Neste ano, a funcionária foi diagnosticada com câncer de mama e ficou afastada por cerca de 08 meses até ser operada e ser “assegurada” pelo INSS. Até hoje, enquanto enfrenta o hospital da Unicamp semanalmente e passa por uma série de tratamentos, não pôde assegurar sua aposentadoria. Ainda assim, mantém vínculo com a empresa, que periodicamente precisa arcar com alguns custos relativos à funcionária.

Em 2015, após as eleições para presidência, iniciou-se uma crise no país e a empresa, que já vinha percebendo uma boa queda nas vendas desde antes das eleições, está vivendo uma má situação que só veio a piorar.

Os microempresários seguraram as pontas e cortaram todos os gastos que puderam. Desligaram dois freezers, passaram a controlar melhor os gastos com água e luz, passaram a comprar cada vez menos mercadorias e diversas outras medidas aplicadas; todas em função das menores vendas. Afinal, o objetivo era preservar o funcionário contratado.

Seguiu desta forma até o ano de 2016, quando as dificuldades em realizar os pagamentos dos funcionários se revelaram, fazendo com que o rapaz sentisse ainda mais vontade de deixar a empresa.
O funcionário demonstrou parte de suas frustrações durante o exercício do trabalho, o que impactou negativamente nas vendas. Tentou compreender os patrões, não se importando com os atrasos de 04 a 05 dias no recebimento do pagamento, afinal não possuía dívidas e isso não o afetava diretamente – além de que, ter um emprego era um privilégio, visto que devido à crise, 13 milhões de pessoas estavam desempregadas por todo país.

Mesmo assim, o rapaz montou um novo currículo e enviou a algumas empresas na esperança que pudesse conquistar um estágio e usufruir de um salário melhor enquanto cumpria a exigência de estágio obrigatória do curso.

Parecia um momento propício, a empresa estava mal das pernas e não conseguia pagar o funcionário em dia, ao mesmo tempo em que o rapaz queria se desligar da empresa e procurar um novo emprego.

Então, o funcionário conversou com seu patrão e pediu um acordo: cumpriria seu aviso prévio nas férias de junho para que no início de julho voltasse às aulas no período correto para cumprir a exigência de estágio.

O empreendedor concordou com o rapaz, avisando o contador incompetente da empresa e aguardando o mês de julho para liberar o futuro estagiário.

Assim seria, se não fosse os entraves que o microempresário, o contador e o rapaz enfrentariam devido a legislação trabalhista em vigência no país.

O empregador deveria pagar R$380,00 por um tal de “Certificado Digital” que passou a ser obrigatório para empresas optantes pelo Simples Nacional no dia 7 de Julho deste ano (2016).
Este era um custo não esperado pelo empregador, ele nem conhecia este tal de “Certificado Digital” e muito menos qual sua utilidade, afinal nunca recebera nenhuma informação acerca disso, apenas a cobrança do mesmo.
Mesmo assim, adquiriu o certificado, convencido de que isso resolveria os problemas.

O contador avisou que demoraria cerca de dez dias para que o certificado estivesse ativo e assim pudesse completar a demissão. O empregador imediatamente avisou seu funcionário, que não achou muito ruim esperar dez dias a mais para se desligar completamente da empresa, afinal seu patrão sempre o tratou muito bem e com respeito e não seria isso que acabaria com o bom relacionamento de ambos.

Passaram-se mais de 20 dias para que o contador retornasse e avisasse que agora o empresário deveria desembolsar uma bagatela de R$5.003, 41 referentes ao tempo de casa do funcionário (2 anos e 10 meses) ao FGTS.

O empregador não entendeu muito bem, afinal pagou durante todo este tempo as guias do FGTS e achava que isso era exatamente um rateio destes custos do rapaz, o que garantiria seu seguro desemprego e todo o resto durante o período que trabalhasse ali.
O rapaz recebia um salário mínimo, mas custava quase dois para a empresa, sendo o salário de R$880,00 e seus custos de R$800,00 mensais, dando um total de R$1680,00 por mês.

Tudo isso era pago por um funcionário que atendia clientes, cuidava do caixa e passava pano no chão e nas mesas do estabelecimento. Nada mais. O rapaz nunca produziu nada ao comércio, nunca gerou nada que desse lucro à empresa e custava cerca de 17% do rendimento mensal da mesma.

O microempresário entrou em desespero ao ouvir isto.
Ele não tem esta quantia e a empresa está vendendo somente o suficiente para arcar com os custos e gastos gerados – não há lucro – está apenas sobrevivendo. Mandar o rapaz embora poderia mudar um pouco a situação da empresa.

[Homem desesperado segurando papel]
Imagem Ilustrativa
O rapaz só queria se desligar da empresa para procurar um novo emprego. Só queria contar com seu seguro desemprego, que lhe é garantido por 04 meses após 34 meses trabalhando e contribuindo compulsoriamente com o tal “Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS” – a qual ele nem cogitaria “contribuir”, pois preferia seu dinheiro onde é devido, com ele próprio, afinal o dinheiro é dele e ninguém melhor do que ele mesmo para decidir o que fazer com este dinheiro, não?

Neste exato momento, tanto o empregador quanto o empregado buscam uma forma de resolver este problema imposto pelo “governo”. Ambos querem se desassociar de fato, mas a Lei não permite.

Justo aquele, tão lindo, que no artigo 5º, dos direitos fundamentais, diz o seguinte:

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

Há somente um desejo em comum, o da desassociação.
O funcionário quer deixar a empresa.
O empregador quer dispensar o funcionário.
O sistema em questão acaba de se mostrar um sistema engessado, que impede o desenvolvimento do país e a resolução da crise através do próprio mercado.

A CLT impede o empregado de exercer uma função mais complexa e menor remunerada ao mesmo tempo em que impede o empregador de substituir um funcionário, que já não consegue remunerar adequadamente, por outro que possa exercer a mesma função, extremamente simples, por um custo menor.

O grande temor de tudo isto é que a empresa, que tem seu rendimento mensal bruto um total que varia de R$8.000,00 à R$9.000,00, precisar arcar com um custo de R$ 5.000,00 para dispensar um funcionário que nunca lhe trouxe uma produção equivalente a este montante.

Talvez, o que torne tudo isso ainda mais complicado é que eu, a quem lhe escrevo, sou o empregado e também o filho do empregador.

Neste momento, estou conversando com meu pai sobre as atitudes possíveis a serem tomadas mediante as circunstâncias atuais.

E aí, qual é a sentença que você daria, segundo a obrigatoriedade da legislação vigente: você mata a empresa e seus postos de trabalho, asfixiando-a por completo; ou prende o funcionário no emprego atual, impedindo-o de exercer uma função mais complexa em outra empresa, onde ele possa realmente se distinguir profissionalmente e produzir algo?

Nenhuma das possibilidades é boa – muito menos para os envolvidos.

Não é a toa que a CLT seja um presentinho de Mussolini e seu Fascismo.

Ter uma empresa neste país é coisa pra rico. Apenas estes conseguem estudar e arcar com todos os custos pagos para trabalhar. Os pobres e àqueles que arriscarem mudar sua condição de vida, têm duas opções:

Ser funcionário do setor privado, não dá dor de cabeça, os “direitos” são muitos e as obrigações poucas; ou
Ser funcionário público, que pouco trabalha e muito ganha com estabilidade garantida.

Do contrário, será condenado pelos crimes de abrir uma empresa, contratar e tentar descontratar com sentença de pagamentos de impostos altíssimos; burocracias excessivas completamente arbitrárias, generalistas e de difícil entendimento (principalmente para pessoas com pouco estudo); e encargos inviáveis.

Crimes gravíssimos, não?!


– Bruno Medina Alves,
do futuro Instituto Libertário Brasileiro. 

sábado, 16 de janeiro de 2016

Movimento Passe Livre e a Perpetuação do Transporte Coletivo Caro e Sucateado

Todo o problema de alto custo, precariedade, ineficiência e insatisfação do transporte público de todo o nosso país deriva de uma só palavra, e a palavra é: Público.



Calma, vou explicar.

Toda a ideia de que é o governo quem deve assumir funções sociais para a sociedade deriva de pensadores que ouvimos falar desde cedo na escola, seus nomes são Karl Marx e Friedrich Engels, quando ambos reiteraram a doutrina socialista, sugeriram que todos os meios de produção passassem a ser socializados, ou seja, que se tornassem propriedade pública, de toda a população. Mais tarde foram mais a fundo e propuseram o comunismo, que seria nada mais do que um mundo onde todas as posses pertencessem a um estado, sendo que esta transferência seria gradual e através do socialismo, socializando todas as propriedades até que este estado se tornasse o detentor de todas as posses.

Na concepção de Marx, isso por si só acabaria com o conceito de Estado e com as classes sociais, iniciaria uma sociedade anárquica onde a busca pelo bem-estar da sociedade seria priorizada (através da autogestão), consequentemente acabando com todas as desigualdades e colocando fim ao sistema capitalista - que segundo ele - é o maior gerador de desigualdade.

Todo o conceito de “bem público” deriva desta premissa, ideias de direito positivados também.
Dizer que transporte é um direito, ao invés de um serviço, também.

Estamos vivenciando mais uma vez uma prova de que as tentativas de socializar bens e serviços não passam do mais ingênuo romancismo ideológico.

Quando se trata de assuntos importantes como a saúde, educação, segurança, legislação, transporte e outros “direitos”, sérios problemas certamente ocorrerão, simplesmente por ignorarem a lei mais básica, que também faz possível e necessária a existência da economia: a lei da escassez. Mas não quero tratar de saúde e companhia aqui, existem vários outros artigos sobre isso na internet. Vou focar este artigo na questão do transporte público e como a ideologia socialista cria situações em que mais tarde ela própria irá se queixar. 

Como dito, o princípio mais básico da economia é o princípio da escassez, é com ela que a economia tenta tratar o mundo e explicar seus fenômenos. As pessoas correntemente "esquecem" este princípio, muitas vezes por ignorância, outras por ideologia. A ideia de se existir um transporte público, gratuito e de qualidade é um oximoro, tanto a priori, quanto a posteriori.

Geralmente quem defende esta ideia, também defendem que os empregados das empresas que fornecem tal “direito” tenham uma boa condição de trabalho e remuneração ou - como esses indivíduos gostam de repetir - uma remuneração “justa” e condições de trabalho humanas.

Todo serviço de qualidade requer gastos para que tal objetivo seja alcançado. Um ônibus confortável custa mais do que um ônibus simples. Funcionários devidamente bem pagos e felizes com a empresa onde trabalham, também. Gasolina precisa ser comprada. Os automóveis precisam passar por revisões periódicas e eventualmente, passar por alguma espécie de conserto. Além de impostos que devem ser pagos e outras situações e custos que uma empresa precisa arcar para funcionar nos dias de hoje. Não há possibilidade de se negar a existência desses custos sem negar a realidade.

Quando é o estado aquele quem escolhe as empresas que irão exercer o monopólio do transporte público, todas as possibilidades de que este serviço siga melhorando tornam-se nulas, desta forma o estado não só impede a existência de competição dentro deste nicho como também tira o poder de escolha dos indivíduos e os substitui na economia, como Mises bem descreveu no seu livro "Intervencionismo: Uma Análise Econômica".

Seu poder de decidir o serviço que melhor te satisfaz foi completamente negado e jamais cogitado.

Quando o mercado de transporte de médio e grande porte é proibido e um monopólio é constitucionalmente construído, saiba que a única possibilidade de mudança dentro desse serviço é a mudança para pior, seu preço subirá constantemente e sua qualidade tenderá a sucatear na mesma medida. Os funcionários não serão tratados devidamente, da mesma forma como os usuários deste serviço. Os ônibus estarão constantemente lotados e faltarão lugares para se sentar. Acidentes eventualmente acontecerão por irregularidades nos veículos. Podemos somar diversos outros fatores que comprometem a qualidade do serviço de transporte, tudo isso pelo simples fato de que a demanda da população não é levada em conta em momento algum e a lei da escassez será constantemente ignorada. Tudo isso pode ser confirmado neste simples link.
Ou faça uma simples busca no nosso grande amigo Google. Apenas digite "ônibus" e "acidente" na barra de pesquisa para ser reverenciado por centenas de casos muito parecidos com o que eu disse.


Portanto, quando ver alguém dizendo que o transporte público deveria ser gratuito, seja sensato e diga a esta pessoa àquilo que Milton Friedman fala desde a década de 70.
- “Não existe almoço grátis”.


Essa semana o prefeito de São Paulo, Haddad, afirmou que para que os custos de transporte da capital fossem “pagos pelo estado”, eles necessitariam de cerca de oito bilhões de reais por ano, valor bem próximo da verba destinada para a saúde.

Lembra-me uma frase do economista e sociólogo Thomas Sowell: “É incrível como algumas pessoas acham que nós não podemos pagar médicos, hospitais e medicamentos, mas pensam que nós podemos pagar por médicos, hospitais, medicamentos e toda a burocracia governamental para administrar isso” - só faltou Sowell ter citado o transporte coletivo também.

Peçam o fim do monopólio das empresas de transporte coletivo e de todo e qualquer tipo de monopólio. Este é o verdadeiro e único meio de se “negar” a pagar R$ 3,80 pela sua passagem.

Num mercado competitivo, as empresas em busca de lucro precisam saber de todos os seus custos e a real porcentagem de ganhos para assim poderem competir com seus concorrentes. Com várias empresas ou pessoas fazendo o serviço de transporte coletivo, completamente liberada e descentralizada, os concorrentes precisam aperfeiçoar seus custos, aumentando sua eficiência a fim de vencerem a disputa com seu rival, conquistando o máximo de clientes possível. Quem não entrar na dança, oferecendo bons preços e serviço de qualidade, logo será trocado por aqueles que oferecem. O mercado e as pessoas não toleram os ineficientes e/ ou inaptos.


(Alguns exemplos interessantes de países onde o transporte coletivo foi desregulado: Inglaterra, Chile e Peru)

Não é a boa vontade do empresário que o faz fornecer um bom produto ou serviço, mas sim a sua necessidade de vender isto para o máximo de pessoas possível e somente satisfazendo as demandas da população que seu produto ou serviço será consumido. Caso as pessoas não consumam, ele entrará em falência em breve e, por mais rico que seja, jamais conseguirá fazer com que as pessoas adquiram aquilo que não querem.

Os políticos e  populações estatistas, que pedem sempre a maior atuação do estado, pediram a socialização dos meios de transporte. Agora, o transporte encareceu e os subsídios que o governo cedeu à estas empresas não bastam para arcarem com os custos. Estas empresas monopolistas não aperfeiçoam seus custos, logo toda e qualquer mudança de custos será simplesmente repassada à população. Jamais pense na diminuição do lucro do corporativista que detém este monopólio, ele nunca cogitará esta possibilidade.

Neste momento vemos movimentos de rua pedindo que o governo subsidie completamente o transporte público. A resposta é clara como água mineral, se isso ocorrer o transporte custará mais caro e isso será pago por nós através de impostos. Nada é de graça.

Àqueles que pedem a socialização de serviços, são os responsáveis pelos problemas de sucateamento, ineficiência e alto custo do transporte, só eles não enxergam isso. São tão míopes, que pedem indiretamente para que estes custos aumentem, aumentando a força do monopólio e sua ineficiência.

Criam problemas que eles mesmos não sabem lidar.

- Bruno Medina Alves,
Liberdade em Formação

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Os ______________ se Importam Somente com o Lucro!

Um dos comentários ou “argumentos” que mais escuto no meu dia a dia, quando se trata de mercado e comércio, é o de que as empresas e os empresários jamais agirão de forma ética ou benevolente, pois seus olhos só enxergam o lucro, sendo assim míopes em relação às questões importantes à sociedade.



Pois bem, levando em consideração este argumento, primeiro vamos colocar os devidos pingos nos i's. Começaremos com a simples, porém muitas vezes incompreendida, definição de lucro:

Segundo o dicionário didático da SM, lucro é definido por: 
"<lu.cro> s.m. Ganho ou benefício obtidos geralmente em um negócio: O banco obteve muitos lucros com a negociação. A prática de exercícios físicos traz lucros à saúde. SIN. provento.
Lucrar: <lu.crar> v. Obter um benefício, especialmente de um negócio, de um encargo ou de uma ação: A empresa lucrou muito dinheiro com o novo investimento. Lucraram com algumas aplicações no banco. Lucra-se muito ao praticar boas ações.
Lucrativo, va: <lu.cra.ti.vo, va> ad. Que produz lucros ou benefícios: Um investimento lucrativo. SIN. rendoso"; 
Segundo o dicionário do Google:
"lucro. substantivo masculino.
1.Qualquer vantagem, benefício (material, intelectual ou moral) que se pode tirar de alguma coisa.
2.econ. Ganho auferido durante uma operação comercial ou no exercício de uma atividade econômica".

Agora, com a definição de lucro fresca na cabeça, podemos perceber que lucro não está relacionado apenas com dinheiro. Nestas definições, muito boas por sinal, fica evidente que lucro pode ser obtido de forma unilateral, como por exemplo, a prática de exercícios. Ainda há diversas outras formas, como a prática de boas ações ou as que envolvem comércio.
Quando uma relação de compra e venda acontece, não é somente o comerciante quem está “lucrando” com isso, parece estranho dizer, mas você também está. A relação de compra e venda, nada mais é do que uma troca. Quando você compra algum bem, produto ou serviço, você está trocando o seu tempo de vida que fora aplicado em alguma tarefa e projetado em notas de papel, por algo que você considera mais importante ou valioso.
Parece estranho dizer isto, não é evidente, mas se o produto não for mais valioso do que estas notas de papel, você não trocará. No momento em que esta troca é feita de maneira consensual, você necessariamente está lucrando.
Não sei se você já percebeu, mas quando vamos às compras e comparamos produtos semelhantes, buscamos sempre adquirir o melhor produto possível pelo menor preço possível. Chegamos ao ponto de irmos à diversas lojas concorrentes buscando pelo preço mais acessível e maximizando o nosso lucro e, consequentemente, a sensação de bem-estar por realizar esta compra.

A pergunta que eu faço é: “Qual é a problemática desta situação?”
Quando se houve quebra de barreiras éticas ao ir da quitandinha do Seu José até uma rede de supermercados, procurando por frutas e verduras mais frescas ou baratas e posteriormente realizando uma melhor refeição? Eu respondo, NUNCA!
Esta é a essência do mercado. Te prover o melhor pelo menor preço possível. É exatamente a competição no mercado que irá te garantir o melhor, dentro de “categorias” e preços diferentes.
Novamente, talvez isto não fique explícito em nossa mente, mas vamos lá. Você já se sentiu melhor ao comprar um produto ao invés de outro?
Quando você vai à uma loja escolher um celular, você analisa vários fatores - memória RAM, memória interna, processador, qualidade da câmera e diversos outros, então encontra aquele celular que atende melhor suas preferências.
Você não se sente “saindo no lucro” quando adquire este produto? Este não foi mais lucrativo do que aquele?
No momento da compra, quais foram os critérios, fora a qualidade do produto de mesma faixa de preço? Você se importou em saber o país de origem? Quanto é o salário de cada funcionário? Se esta empresa é mais eficiente em custos do que a concorrente? Se o produto é produzido nacionalmente ou internacionalmente?
Isso nem se passou pela sua cabeça, nada disso é relevante para nós (ou para a maioria de nós), o que realmente queremos é lucrar! Queremos o produto que melhor atende as nossas necessidades pelo menor custo. O produtor que se dane! Se ele não produzir o melhor pelo menor preço eu simplesmente não compro, mas compro o do concorrente.
Nós, consumidores, nos importamos somente com o lucro.

No livro “Intervencionismo: Uma Análise Econômica”, Mises demonstra como usamos a ideia de dois pesos e duas medidas quando julgamos os empresários e quando julgamos a nós mesmos.
Neste trecho a seguir, ele mostra como NÓS, consumidores, comandamos indiretamente, todo o mercado e sistema de preços e como nós somos fissurados em lucro, também.
Lembre-se, isso não é ruim! O lucro mostra como otimizar processos de produção e diminuir seus custos. Tudo isto faz com que os produtos se tornem melhores e mais acessíveis com o passar do tempo, beneficiando assim, as classes mais pobres da população, que antes não eram capazes de adquiri-los. Pense em exemplos, existem vários.
Gostaria muito de ter copiado o tópico do livro integralmente, mas isto deixaria a postagem extensa demais e afastaria alguns leitores - se é que já não afastou haha.

“ Capitalismo ou Economia de Mercado

"Numa economia capitalista, os meios de produção pertencem a indivíduos ou a sociedades formadas por indivíduos, tais como as empresas. Os proprietários desses meios de produção utilizam-nos para produzir algo ou os emprestam, mediante alguma forma de compensação, àqueles que desejam utilizá-los para produzir algo. Os indivíduos ou associações de indivíduos que produzem utilizando recursos próprios ou capital que tomam por empréstimo são denominados empresários.

"Um exame superficial poderia nos levar a imaginar que são os empresários que decidem o que deve ser produzido e como deve ser produzido. Entretanto, como eles produzem não para satisfazer suas próprias necessidades, mas para atender a necessidades de terceiros, é preciso que seus produtos sejam vendidos, no mercado, aos consumidores, ou seja, para aqueles que desejam consumi-los. Assim sendo, o empresário só poderá ser bem-sucedido e realizar um lucro se for capaz de produzir melhor e mais barato, vale dizer, com um menor dispêndio de material e mão de obra, os artigos mais urgentemente desejados pelos consumidores. Portanto, são os consumidores e não os empresários que determinam o que deve ser produzido. Numa economia de mercado o consumidor é o soberano. É ele que manda, e o empresário tem que se empenhar, no seu próprio interesse, em atender seus desejos da melhor maneira possível.

"A economia de mercado tem sido denominada democracia dos consumidores, por determinar através de uma votação diária quais são suas preferências. Tanto a contagem de votos numa eleição como os gastos efetuados no mercado são maneiras de aferir a preferência do público. São os consumidores que decidem, ao comprar ou se abster de comprar, se um empresário será bem-sucedido ou não. Enriquecem empresários pobres e empobrecem empresários ricos. Tomam os meios de produção daqueles empresários que não sabem como utilizá-los para melhor servir os consumidores e os transferem para aqueles que forem capazes de melhor utilizá-los. Na realidade, somente os empresários que produzem bens de consumo têm contato direto com os consumidores; são eles que recebem diretamente as ordens dos consumidores. Mas essas ordens são logo transmitidas aos empresários que estão procurando vender no mercado os seus bens de produção. Os produtores de bens de consumo têm que adquirir, onde for possível, pelo menor preço, os bens de produção que necessitam para atender aos desejos dos consumidores. Se não forem capazes de comprá-los pelos menores preços e utilizá-los de maneira eficiente, não serão capazes de oferecer aos consumidores o que eles desejam e pelo menor preço; outros empresários mais eficientes, que sabem comprar e produzir melhor, logo ocupariam seu espaço no mercado. O consumidor, como comprador, pode decidir com base no seu gosto e na sua fantasia. O empresário tem que decidir pensando sempre na melhor forma de atender ao desejo do consumidor. O empresário que assim não agir verá que o retorno do seu investimento está sendo afetado, causando-lhe prejuízos e, portanto, colocando em risco a sua posição como empresário.
          
"Por ter que contar cada centavo, o empresário muitas vezes é acusado de insensibilidade. Mas são os consumidores que o obrigam a agir dessa forma, porque não estão dispostos a pagar por gastos desnecessários. O que o empresário faz no seu dia a dia para administrar sua empresa lhe está sendo determinado pelos consumidores que, pelo seu comportamento no mercado, indiretamente determinam os preços e os salários e, portanto, a distribuição de renda entre os membros da sociedade. São as escolhas dos consumidores que determinam quem poderá ser empresário e proprietário de meios de produção. A qualidade, a quantidade, o tipo de mercadoria a ser produzido e sua forma de comercialização são diretamente influenciados pela forma como o consumidor gasta seu dinheiro.
          
"Numa economia de mercado, os empresários não formam uma sociedade fechada. Qualquer indivíduo pode se tornar um empresário, se for capaz de melhor antever a evolução do mercado, se conseguir inspirar confiança nos detentores de capital e se suas tentativas de agir por conta própria forem bem-sucedidas. Uma pessoa se torna um empresário, literalmente, abrindo seu próprio caminho e se expondo ao teste a que o mercado submete todo aquele que deseja ser ou permanecer empresário. Qualquer pessoa tem o privilégio de poder escolher se quer ou não se submeter a esse exame rigoroso. Não precisa ser convidado; precisa tomar a iniciativa e cuidar de saber onde e como poderá obter os meios necessários para exercer sua atividade empresarial. Há décadas vem sendo dito que na atual situação de “capitalismo tardio” já não é mais possível a uma pessoa egressa da classe pobre ascender a uma posição de empresário. Nunca conseguiram provar que isso fosse verdade. Desde que essa tese começou a ser enunciada, a composição da classe empresarial já mudou muito; um grande número de empresários, e seus herdeiros, já deixaram de sê-lo, e os mais destacados empresários dos nossos dias são, uma vez mais, pessoas que se fizeram por si mesmas (self-made men), essa permanente recomposição da elite empresarial é tão velha quanto a própria economia capitalista, e parte integrante da mesma. O que foi dito antes em relação aos empresários se aplica igualmente aos capitalistas. Um detentor de capital que não o empregue de maneira adequada (do ponto de vista do consumidor), isto é, de modo que os meios de produção sejam utilizados da maneira mais eficiente a serviço do consumidor, não conseguirá aumentar ou manter o seu capital. Se não quiser perder dinheiro, o capitalista tem que colocar seus recursos à disposição de empresas bem-sucedidas. Numa economia de mercado os capitalistas, assim como os empresários e os trabalhadores, servem os consumidores. Não parece ser necessário acrescentar que os consumidores não são apenas consumidores, e que a totalidade de consumidores é igual à totalidade de trabalhadores, empresários e capitalistas. Num mundo em que as condições econômicas permanecessem absolutamente inalteradas, o que os empresários gastassem na aquisição de meios de produção, como salários, juros, aluguéis, lhes seria mais tarde devolvido por estar incluído no preço de seus produtos. Os custos de produção seriam, portanto, iguais aos preços dos produtos, e os empresários não teriam lucro nem prejuízo. Mas, na realidade, as condições econômicas mudam a todo instante e, por isso, a atividade produtora é essencialmente incerta e de caráter especulativo. Os bens são produzidos para atender a uma demanda futura, sobre a qual não podemos ter no presente uma certeza absoluta. É essa incerteza que dá origem aos lucros e perdas; lucros e perdas empresariais dependem de sua capacidade de antecipar corretamente a demanda futura. O empresário bem-sucedido é aquele que consegue antever os futuros desejos dos consumidores, melhor do que os seus competidores.”

Para finalizar, descreverei alguns produtos que eram restritos às classes privilegiadas da sociedade, mas que hoje, todos têm acesso e que talvez nem saibam ou percebam o quão luxuoso este produto era no passado. Começando com alguns que nem parecem ser “requintados” e que hoje são bem comuns, passando para outros que ficam mais evidentes onde a competição é necessária e benéfica: Açúcar, frutas disponíveis o ano todo, calçados, saneamento básico, carros, celulares (lembra daquele S3 que todos queriam há uns 3 anos atrás e que hoje ninguém mais quer?), computadores, televisores, perfumes, estudo e etc...
Não condenem o lucro, condenem as práticas desleais e imorais. Condenem àqueles que tentam burlar o mercado, procurando parcerias governamentais que os privilegiam e tiram você da posição de quem deve ter suas necessidades supridas. Boicotem empresas lobistas. Apoiem empresas idôneas e que promovem o bem. Apoiem empresas que buscam o lucro, mas que não perdem a humanidade.

E para quem leu até aqui:
Muito obrigado,

- Liberdade em Formação

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Liberdade – Um Pouquinho Sobre Minha Concepção

No meu primeiro post aqui em Atlantis, falei muito sobre a defesa da liberdade e sobre o que se trata o liberalismo clássico, mas praticamente não falei nada sobre o que é a liberdade em si.

Pois bem, aqui estou para falar um pouquinho sobre a minha concepção de liberdade, confesso que faltaram palavras - e talvez ainda faltem - para descrever o que penso a respeito do que é ser livre. A liberdade é um conceito meio abstrato e cheio de particularidades que variam de pessoa para pessoa, mas creio que podemos chegar a um consenso em pelo menos alguma parte do que digitei aqui e se não chegarmos, eu juro que tentei.

Durante esta semana, enquanto lia um livro de economia, o autor descreveu um pouco "o que é liberdade", no momento em que meus olhos corriam sobre as letras, senti que alguém transcreveu aquilo que não consegui passar para o papel de maneira simples e objetiva, senti como se tivesse o dever de transcrever isso para o máximo de pessoas que pudessem ler, agora aproveitando o espaço, transcreverei este trecho deixando o nome do autor em questão apenas no fim da postagem para que não condenem a leitura à priori apenas pelo seu nome. Gostaria de ressaltar que durante a escrita do livro, o autor vivia em um tempo extremamente tenso para a história da humanidade e talvez daí surgiu sua necessidade de tanto se falar em liberdade, embora este não seja o propósito do livro em questão.

O livro foi escrito durante os anos que ocorreram a segunda guerra mundial e foi finalizado em 1940. Nesta época, boa parte da liberdade das pessoas foi tomada ou ameaçada de uma forma ou de outra. O autor inclusive fugiu de seu país prevendo que Hitler em breve o invadiria - e invadiu pouco tempo depois. Agora chega de conversa e vamos à parte que realmente interessa para este post:

 “...Liberdade é um conceito sociológico. Não há, na natureza ou em relação à natureza, nada a que se possa aplicar este termo. Liberdade é a oportunidade concedida ao indivíduo pelo sistema social para que ele possa modelar sua vida segundo sua própria vontade. Que as pessoas tenham que trabalhar para sobreviver é uma lei da natureza; nenhum sistema social pode alterar este fato. [...]

 A liberdade do trabalhador que não tem propriedades consiste no seu direito de escolher o local e o tipo de seu trabalho. Ele não está sujeito ao arbítrio de um senhor de quem seja vassalo. Ele vende seus serviços no mercado. Se um empresário se recusa a lhe pagar o salário de mercado, ele encontrará outro empregador disposto a, no seu próprio (do empregador) interesse, lhe pagar o salário de mercado. O trabalhador não deve subserviência e obediência ao seu empregador; deve lhe prestar serviços; não recebe seu salário como um favor, e sim como uma recompensa que é merecedor. [...]

A maioria das pessoas que hoje ocupa posição de destaque nas profissões liberais, nas artes, na ciência e na política começou a carreira na pobreza. Entre os líderes e vencedores, muitos são originários de famílias pobres. Quem quiser ser bem-sucedido, qualquer que seja o sistema social, terá que vencer a apatia, o preconceito e a ignorância...”

Bom, basicamente ter liberdade é poder fazer o que quiser da sua vida sem que ninguém tenha o direito de te privar a nada (desde que não prive a liberdade de outra pessoa).

Liberdade é poder trabalhar com o que quiser, onde quiser e com quem quiser, sem que ninguém te encha de regras dizendo como, onde ou com quem trabalhar.

Liberdade é poder largar tudo e ir morar no meio de uma floresta, longe de tudo e de todos, ou ir viver como uma cabra nos Alpes Suíços, como Thomas Thwaites fez.

Thomas Thwaites

Liberdade é poder se casar (ou não) com quem quiser, sem que ninguém te diga que isto é certo ou errado de acordo com suas ideias.

Liberdade é poder fazer da sua vida um inferno se assim for da sua vontade.

Liberdade é poder não gostar ou não concordar com algo, sem que ninguém te obrigue a gostar ou concordar.

Liberdade é não ser vassalo de ninguém e senhor ou senhora dos seus próprios atos.

Liberdade é ler aquilo que quiser, sem que nenhuma pessoa ou governo te impeça o acesso de qualquer livro que seja.

Liberdade é garantir que as pessoas possam dizer algo que você não aprova, como disse Voltaire: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las. ”

Defender a liberdade é ir contra tudo ou todos que te atentam com o seu poder de escolha e uso de tal, mesmo que isto seja completamente prejudicial a você mesmo. Toda vez que uma nova regulamentação ou lei é criada, mais um pouco da sua liberdade é tirada; toda vez que você é obrigado a pagar por serviços que você não contrataria se houvessem outras pessoas concorrendo para te oferecer este serviço, sua liberdade é atentada; toda vez que te proíbem de fumar um cigarro, ou beber seu goró, ou fumar seu beck sua liberdade é atentada; toda vez que alguém te assalta sua liberdade é atentada...

Eu poderia fazer uma lista gigantesca de quantas formas a nossa liberdade pode ser tirada, mas dificilmente poderia descrever algum modelo de sociedade que garantiria definitivamente todas as formas de liberdade, pois nós, como humanos, temos grandes problemas quando tratamos de ética, ego e principalmente de convivência em sociedade, felizmente somos seres pensantes e tendemos a sempre evoluir.
Sim, é verdade, as vezes nos pegamos pensando em como as coisas estão piores ultimamente, mas também podemos num momento de reflexão observar como o mundo evoluiu e como as liberdades estão crescendo cada vez mais, basta observar o quanto as mulheres se tornaram mais livres desde os anos 20 pra cá, hoje elas já ocupam cerca de 60% das vagas nas universidades e creio que daqui uns tempos dominarão completamente o mercado de trabalho; observemos também o quanto os negros se tornaram mais livres no mundo, hoje mesmo com a triste e insistente existência do racismo eles podem viver tranquilamente em sociedade sem se preocupar com algum tipo de lei que os proíbem de andar ao lado de “brancos” ou mesmo uma lei que permite que eles sejam escravizados;  o mundo está cada vez menos pobre, batemos a marca histórica de apenas 10% da população mundial vivendo abaixo da linha da pobreza, esta é uma marca muito feliz e garanto que em algum tempo será batida por outra marca melhor ainda.

Só precisamos combater as formas de limitação das liberdades, precisamos continuar lutando em prol dela, garantindo que as pessoas possam se livrar das “barreiras” existentes, para que assim consigam prosperar cada vez mais, sentindo cada vez mais o gostinho que é ser dono de si mesmo, de ser dono das suas escolhas e como é poder moldar sua vida de acordo com seus desejos.

O livro de onde retirei os trechos é o “Intervencionismo, Uma Análise Econômica” de Ludwig von Mises, onde o autor tece críticas a intervenções que são feitas pelo governo para com o andamento da economia. (Essas intervenções limitam a liberdades das pessoas ;) )

Para quem se interessa, está é uma excelente crítica e para quem não se interessa por economia ou história, não recomendo, pois será uma leitura de certa forma cansativa.
                                                                                                                                           
Obrigado por ler e até a próxima.

- Liberal em Formação

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Atlantis e Sobre o que Se Trata


                                                 
                                                 Atlantis, 21 de Setembro de 2015

Hoje, graças ao convite do dono do blog, inicio aqui uma nova aba, uma aba em defesa do pensamento liberal clássico, com o intuito de promover a propagação e uma melhor compreensão do assunto, uma vez que vejo muitas definições ou comentários equivocados na internet em relação ao liberalismo, como se este fosse uma vertente fascista ou burguesa da política e economia.
Eu como liberal que sou, fico entristecido com a visão que foi criada sobre o liberalismo em nossa sociedade como um todo, as críticas e difamações geralmente vem acompanhadas de espantalhos ou de meia verdades que causam uma má compreensão e até enganam um bocado de gente.
Numa tentativa de esclarecer estas duvidas resolvi então, há cerca de um mês, criar uma página no Facebook (que vocês podem curtir passando o cursor no marcador "Facebook" ao lado) para promover o debate e o esclarecimento das ideias liberais, uma vez que em minha time line poucos amigos entendiam ou compreendiam tais ideias e ideais, fazendo assim com que eu buscasse uma nova maneira de falar sobre o assunto e melhorar meu aprendizado na área, alcançando uma gama de pessoas maior e que estão interessadas e dispostas a aprender.
Como já falei um pouquinho a respeito dos meus objetivos aqui, agora vou falar um pouquinho sobre mim, sou estudante de Comércio Exterior (isso explica um pouco o fato de eu ser liberal), tenho 21 anos, simpatizante de filosofia, amante de economia, de música e um defensor dos ideais da liberdade e da vida.
Como um simpatizante da filosofia, sempre fui muito ligado à racionalidade (talvez este seja um dos motivos que fazem de mim um fã da Ayn Rand e de sua ideologia - se não a conhece "Google it" o mais rápido possível e tente ler alguma de suas obras ou assistir a algum de seus vídeos) e sempre questiono muito a respeito de comportamentos em geral ou qualquer outra coisa louca que me venha à cabeça, ultimamente, o que mais me tem feito perder tempo pensando e questionando, é sobre a legitimidade do Estado e sobre a necessidade do mesmo, juntamente com seus políticos de carreira, revelando em mim uma possível "costela anarquista" em meu pensamento, como bem descreveu Bruno Garschagen em uma entrevista.
Antes que possam me chamar de burguês de olhos azuis ou algo do tipo, deixo bem claro que sou retrato da miscigenação característica do Brasil, por parte de pai sou neto de uma filha de Índios e neto de um descendente de africanos, e por parte de mãe, neto de uma avó e avô descendentes de portugueses e italianos, sou moreno de cabelo crespo e pobre.
Basicamente defender o livre mercado de bens e serviços, as prerrogativas básicas do liberalismo clássico, assim como o direito de propriedade, livre circulação de pessoas ao redor do mundo, respeito a contratos determinados mutuamente entre as pessoas, não intervenção do Estado na economia (fazendo com que o mercado reaja melhor ao sistema de preços competitivos), a iniciativa individual privada e a defesa da vida, juntamente com o princípio da não agressão são basicamente os pensamentos básicos a serem seguidos por um liberal, que acredita que estes são os quesitos mínimos para se viver com liberdade plena numa sociedade.
Espero poder conversar bastante com vocês a respeito dessas questões, caso haja alguma dúvida a respeito de alguma prerrogativa liberal ou definição, me avisem e farei um post explicando da melhor forma que eu puder, lembrando que o blog é para vocês, sem vocês nada disso teria sentido. Me ajudem a criar conteúdo me dando dicas e sempre estarei postando algo novo por aqui, sempre com muita educação e respeito, para que os debates cresçam em qualidade e possam ocorrer com tranquilidade, mesmo que não haja consenso entre nossos pensamentos.
Gostaria de agradecer o convite e o espaço cedido à mim pelos donos do blog, pedindo que estes entrem nas discussões e participem das postagens aqui em Atlantis, isso será interessante e aumenta o diálogo com os leitores ;)

Muito obrigado à todos,

- Liberal em Formação